Em Carnac, na região noroeste de França, mais precisamente na Bretanha, localiza-se um dos mais vastos conjuntos de megalitos do mundo. Trata-se de cerca de três mil menhires e dolmens, para além de túmulos pré-históricos, datados do período neolítico (entre 4500 e 2000 AC), provavelmente de cerca de 3300 AC na sua maioria, erigidos em linhas perfeitamente retilíneas. A tradição local indica que tal se deve ao facto de que se tratava de legiões romanas transformadas em pedra pelo mago Merlim, do ciclo Arturiano, ou, noutra versão, por São Cornélio, um Papa da Antiguidade.
Coexistem, entretanto, várias versões mais científicas que explicam a presença dos megalitos no local... A mais popular conta-nos que gerações sucessivas se dirigiram ao local com o fim de erguer megalitos em honra dos seus antepassados. Alexander Thorn, no entanto, apresentou muito à maneira do início dos anos setenta, período em que realizou as suas investigações, Carnac como uma espécie de observatório astrológico. E Pierre Méreaux, que dedicou trinta anos ao estudo do sítio arqueológico, concluiu que as pedras terão sido usadas enquanto sismógrafos primitivos.
A região, igualmente famosa desde o final da Segunda Guerra Mundial como local de veraneio, localiza-se não longe de Saint-Malo, uma ilha fortificada com origem num mosteiro fundado durante o século VI (também temporariamente porto de abrigo de piratas, flibusteiros e corsários) e famosa pelas suas marés e pelas suas ostras. Diz-se que uma caverna local abriga um unicórnio, tal como se diz que o mesmo vive nos mares que banham Carnac.
Trata-se, em todo o caso, de um local de visita impreterível para os amantes da História e ainda para todos aqueles a quem as ricas e múltiplas lendas bretãs, nomeadamente do ciclo Arturiano, fascinam.