Apesar da
associação direta do período pascal com a morte e ressurreição de Cristo, há
aspetos que são, na verdade, adaptações de antigos rituais pagãos: nomeadamente
os ovos de Páscoa, desde sempre símbolos de fertilidade e renascimento. Já a
Fénix, na mitologia egípcia, ardia para mais tarde renascer a partir do ovo que
ficava no ninho incandescente. Do mesmo modo, os hindus creem que o mundo se
originou a partir de um ovo. Nada mais natural, portanto, que os novos costumes
cristãos que foram surgindo na Europa tivessem adotado o ovo como símbolo de
nova vida – logo, de Ressurreição. Alguns antigos cristãos encararam o ovo como
a rocha que foi afastada da frente do Santo Sepulcro inclusive.
Os exemplos
mais antigos de ovos de Páscoa foram ovos de pato ou de galinha decorados em
casa com cores vibrantes, um costume que ainda se mantém em diversas culturas
da cristandade.
A partir dos
séculos XVII e XVIII surgiram brinquedos em forma de ovo, os quais eram
oferecidos às crianças por altura da Páscoa. Entre os mais valiosos exemplos de
ovos de Páscoa contam-se, no entanto, as famosas joias criadas por Carl Fabergé
no século XIX para o czar e czarina da Rússia.
Os primeiros
ovos de chocolate, hoje em dia imagem de marca da Páscoa, surgiram no início do
século XIX, nomeadamente em França e na Alemanha. Os primeiros eram compactos,
em resultado de ainda não terem então sido criadas as técnicas de molde que
atualmente os caracterizam. Certo, certo, é que os ovos de Páscoa se tornaram
uma tradição dos tempos modernos e, com eles, o coelho de Páscoa, nobre
transportador da deliciosa iguaria.