Fachada do Palácio Nacional de Mafra |
No sábado passado, 26 de fevereiro, a escola realizou uma visita ao Palácio Nacional de Mafra, com direito a visita guiada e a uma excelente representação de uma adaptação da obra Memorial do Convento, obra de José Saramago inicialmente publicada em Outubro de 1982 e hoje uma referência obrigatória da nossa cultura, integrada no programa de Português do 12º ano.
Na viagem participaram alunos das turmas A, B, C, D, E e F e ainda das turmas G e H, de Cursos Profissionais, acompanhados pelos professores Abílio Calheiros, Ana Abrantes, Fátima Oliveira, Fernanda Varela, Jorge Simões, Rosa Amaral e ainda pela Tabitha, a nossa visitante dinamarquesa.
O programa iniciou-se com a representação da peça adaptada da obra de Saramago em que, casando realidade e ficção, se narra a história da construção do principal ex-libris do Barroco português, nascido de uma promessa do nosso rei absolutista D. João V, desejoso de um herdeiro, com forte impulso do afã franciscano de ali possuir um "convento de luxo". Na obra, que satiriza os costumes e gastos excessivos dos poderosos da época, os verdadeiros heróis são os populares, arrebanhados à força para os trabalhos que custaram muito ouro do Brasil, muito suor e ainda diversas mortes de inocentes. Baltasar e Blimunda são centrais entre os populares, como o são frequentadores da corte que, de alguma forma, escapam à mera ortodoxia, nomeadamente o padre Bartolomeu de Gusmão, o arquitecto Ludovice e o músico e compositor Domenico Scarlatti, todos reais.
De tarde, após uma animada merenda colectiva, houve lugar a uma visita acompanhada por guias objectivamente muito bem preparados e com um discurso simultaneamente interessante e coerente. Sempre com a preocupação de se estabelecer uma ligação entre a obra de Saramago e a história do Palácio - sendo que cerca de 80% da obra não se encontra visitável por estar ocupada pelo exército - incluindo a igreja que conta com um dos mais completos órgãos de tubos do mundo, as inúmeras divisões em que se contam os aposentos destinados ao rei e à rainha, separados por mais de 200 metros de distância, exemplos de comparativamente óptimas celas destinadas aos frades e ainda a famosa biblioteca, com a sua colecção cativa de pequenos morcegos que, ao alimentarem-se das traças dos livros, contribuem para a preservação da mesma.
De fora da visita, ficou a imensa tapada de caça onde os nossos reis gastavam parte do seu tempo livre. Se já não é permitido lá caçar actualmente, a verdade é que ainda alberga diversas espécies autóctones, de gamos e veados a javalis e diversas outras espécies.
A viagem, que despertou grande interesse e decorreu da melhor forma, terminou cerca das nove da noite, com a chegada dos dois autocarros fretados aos portões da Secundária. E, se é verdade que os participantes chegaram cansados, não é menos verdade que se mostravam satisfeitos e que o passeio não se varrerá rapidamente das memórias...
Baltasar e Blimunda, personagens centrais da representação |
Imagens de: http://amarelejando.blogs.sapo.pt e http://memorialdoconvento-teatro.blogspot.com.
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