terça-feira, 22 de maio de 2012

De Lutécia a Paris

As Arenas de Lutécia

A quem conhecer as aventuras do guerreiro gaulês Astérix, o nome Lutécia (do latim Lutetia) não pode soar estranho... Conquistada pelos exércitos de Júlio César em 52 a C numa batalha feroz em que os guerreiros locais incendiaram a cidade e bloquearam as pontes, foi mencionada pela primeira vez em 53 a C, data em que César convocou os chefes gauleses e lhes concedeu um território talvez no local da Île de la Cité, talvez perto de Nanterre, não é certo, mas seguramente junto ao Sena que atravessa a atual capital francesa. Foi a partir do ano 300 que a cidade, entretanto reconstruída em estilo galo-romano, o que terá sido facilitado pela destruição que os chefes gauleses lhe tinham inflingido, ganhou o nome presente de Paris, a partir do latim civitas Parisiorum ou urbs Parisiorum, proveniente do nome do povo gaulês que ocupou o local a partir do século III a C, os Parisii. Apesar de algo recôndita no que tocava aos territórios conquistados, a nova cidade possuía alguns monumentos, mais ou menos visíveis na atualidade... 
As Arenas de Lutécia, por exemplo, foram construídas no século I d C. Tratava-se de um anfiteatro em forma semicircular, com uma frente de 40 metros, destinada aos combates de gladiadores. 
O Teatro foi descoberto em 1861 sob o lycée Saint-Louis. Media 72 por 47 metros, com um palco de 40 metros. 
Em Lutécia (ou Paris) havia três termas, de entre as quais apenas as do Norte (ou de Cluny), datadas dos séculos II e III, são ainda visitáveis. Somavam-se-lhes as termas do Leste e as do Sul. 
Subsiste, enfim, o Pilar dos Nautas: cinco pedras esculpidas, representando divindades do período do imperador Tibério (anos 14 a 37), descobertas em 1710 e que atestam claramente a fusão entre os ritos pagãos locais e o culto Cristão, então em forte crescimento.
Assim, já sabem... Da próxima vez que visitarem a capital francesa, não deixem de procurar os restos da capital gaulesa, muito para além da mitologia moderna da pequena aldeia armoricana de Astérix, talvez menos divertida mas bem mais real.

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