O Quebeque é uma província do Canadá de maioria francófona, cuja capital é Quebec City e a cidade mais conhecida, talvez Montreal, onde se desenrolaram os Jogos Olímpicos de 1976. Foi em Montreal que o nosso Carlos Lopes ficou em segundo lugar nos 10 mil metros, tendo perdido na reta final para o finlandês Lasse Viren. Foi também durante uma visita ao Quebeque que o curiosíssimo presidente francês (e ex-líder da resistência aos nazis a partir de Londres) general Charles de Gaulle incitou, durante uma visita de estado, os habitantes à independência face ao restante Canadá de maioria anglófona - vá-se lá entender...
Mas o que hoje aqui nos traz é o Natal. Esta é uma região de rica tradição culinária, naturalmente influenciada pela gastronomia francesa. Para não vos dar demasiado trabalho, a nossa proposta ficar-se-á por uns deliciosos biscoitos, fáceis e rápidos de fazer. E deliciosos, claro... Tomem nota:
INGREDIENTES:
170 ml de margarina
560 ml de farinha
85 ml de açúcar
Uma colher de chá (5 ml) de fermento em pó
85 ml de açúcar mascavado
Uma colher de chá (5 ml) de bicarbonato de sódio
Dois ovos
Uma pequena pitada de sal
Uma colher de chá (5 ml) de essência de baunilha
12 cerejas confitadas verdes, cortadas
12 cerejas confitadas vermelhas, cortadas
PREPARAÇÃO:
Aquecer o forno a cerca de 190º C
Numa taça, bater conjuntamente a margarina, a farinha, o açúcar, o fermento e o açúcar mascavado
Juntar os restantes ingredientes com uma colher de pau até conseguir uma mistura homogénea
Dispor por formas de biscoitos ligeiramente untadas
Cozer a cerca de 190º C durante 15 minutos
Et voilà! Um bom acompanhamento para o Natal, com um toque franco-canadiano. Bon appétit!
Eis-nos na reta final de mais um ano letivo. Uma vez mais, damos por encerrada a atividade deste blog e deixamo-vos, até para o ano, com um forte abraço e agradecimentos a todos os que de algum modo colaboraram neste projeto, mais que não tenha sido através da leitura interessada dos artigos que procurámos que fossem variados e interessantes.
Com as atuais alterações a nível da gestão da nossa escola, agora inserida num agrupamento, deixamos ainda um forte abraço de agradecimento pela proximidade e pelo trabalho desenvolvido a todos os elementos da equipa até agora dirigida pela professora Paula Romão e, simultaneamente, votos sinceros de bom e frutífero trabalho para a equipa que agora entra em funções, presidida pelo professor Marco António Marques, a qual será representada na ESCM pelos professores José Nuno Araújo e Maria da Conceição Moutinho. A todos votos de bom sucesso.
Bom verão de 2012 e até um novo ano com mais novidades neste blog que se pretende de e para toda a comunidade!
Independentemente da importância e influência de tantas bandas e músicos, foram os Beatles, nomeadamente a partir de Revolver (1966) que geraram uma volta de 180º nas tendências, isolando França e Itália nas suas próprias bolhas musicais, assim abrindo o caminho percorrido até à atualidade.
E como decorrem hoje precisamente quarenta e cinco anos sobre o lançamento do lendário álbum Sergeant Pepper's Lonely Hearts Club Band, faz todo o sentido relembrá-lo. Após a conturbada tournée final de 1966 pelos Estados Unidos, em que os membros da banda se queixaram de não se conseguirem escutar no meio da histeria geral, ficou decidido que os tempos dos concertos ao vivo tinham ficado para trás.
Assim, a ideia subjacente ao novo álbum, intimamente ligado ao Verão de 1967, conhecido como o Verão do Amor, consistiu em criar uma obra em que as músicas se interligassem de modo a criarem elas mesmas um concerto, sem que os músicos tivessem que pisar o palco. Iniciado em dezembro de 1966 e gravado durante 129 dias consecutivos, Sergeant Pepper's multiplicou o número de pistas de gravação face ao que até então era habitual, criou e utilizou novas técnicas de produção e novos conceitos, variou as correntes musicais em jogo e fez uso de orquestras inteiras. Ponto máximo do psicadelismo, publicado a 1 de Junho de 1967, ganhou os Grammy Awards em 1968, foi número 1, em 1994, no All The Top 1000 Albums e fez parte da lista dos melhores álbuns de sempre da conceituada Rolling Stone em 2003 e 2012. Foi também o álbum mais vendido de todos os tempos, com vendas superiores a 32 milhões de cópias.
Tratando-se de um ponto de viragem cultural, assim como uma mudança radical para a própria banda, foi também a partir de Sergeant Pepper's que se difundiu a teoria de que Paul McCartney teria morrido num acidente de viação no final de 1966 e sido substituído por um sósia, teoria essa que se mantém viva até à atualidade dentro de certos círculos. O substituto - com voz idêntica, inclusive - teria sido Billy Shears (mencionado logo na primeira faixa do álbum) ou, como mais tarde se afirmou, um tal William Campbell, vencedor de um concurso de imitadores dos elementos da banda.
Paul is Dead
A teoria conspiratória, vulgarmente denominada Paul is Dead, inicia-se logo em Sergeant Pepper's e baseia-se em supostos indícios quer sonoros, quer imagéticos. Vejamos, de entre muitos outros...
No tema Sergeant Pepper's Lonely Heart's Club Band que dá o arranque inicial ao álbum, Billy Shears é apresentado como o líder da banda. O tema termina mesmo com um sonoro "Billy Shears" - mas quem interpreta o tema que se segue é Ringo e não Paul e, supostamente, não teria sido Ringo a desaparecer num acidente de automóvel. Na capa interior, Paul ostenta um patch onde se pode ler OPD, o que foi interpretado como Officially Pronounced Dead. No entanto, parece ter-se tratado de um patch da polícia canadiana e não OPD, mas sim OPP. Na contracapa, em vermelho sangue, Paul é o único a encontrar-se de costas, enquanto o dedo polegar de George Harrison parece apontar para o início da letra de She's Leaving Home: "Wednesday morning at five o'clock as the day begins", o que aparentou apontar para quarta-feira, 9 de novembro de 1966, pelas 5 da manhã, quando teria ocorrido o acidente fatal.
No álbum Magical Mystery Tour, onde se inclui o tema I am the Walrus, Paul surge vestido de morsa. Parece que a morsa é símbolo da morte na mitologia viking. E no mesmo álbum, precisamente em I am the Walrus, Lennon parece dizer "I buried Paul", embora mais tarde se tenha vindo a concluir que as palavras eram efetivamente "Cranberry sauce".
No subsequente White Album, diz-se que quando se toca Revolution 9 ao contrário, John Lennon afirma "Turn me on, dead man", o que seria uma referência oculta a Paul e ao mantra I'd love to turn you on de A Day in the Life (Sergeant Pepper's). Em Glass Onion, Lennon canta "And here's another clue for you all/The Walrus was Paul". E, no final de I'm so Tired, logo antes do início de Blackbird, convenientemente interpretado por Paul, John diz algo de impercetível que, escutado ao contrário, pode soar a algo como "Paul is a dead man. Miss him. Miss him. Miss him".
Outras "provas" do conluio chegam até Let it Be (o penúltimo álbum da banda, ainda que o último a sair a público) e a Abbey Road. Parece que na capa do primeiro, constituído por quatro fotografias dos elementos da banda, apenas o rosto de Paul surge obscurecido por um microfone, ao passo que os restantes surgem iluminados. Quanto a Abbey Road, a capa foi comparada a um cortejo fúnebre: John, inteiramente vestido de branco, seria o corpo astral; Ringo, todo de negro, aquele que chora o morto; George, com calças e blusão de ganga coçada, o coveiro; por fim, Paul, descalço e com o pé direito na dianteira, contrariamente aos restantes, o cadáver. Aparentemente também, na Índia os condenados à morte eram levados descalços ao seu destino final. Tal como, também na Índia, e retomando a capa de Sergeant Pepper's, a mão que surge sobre a cabeça de Paul constituía sinal para a execução de um condenado.
Um dia na vida
Interessante ainda que muito inverosímil. Como sabemos, há quem ainda acredite e jure que a terra é plana e que a ida à Lua foi integralmente filmada em estúdios. Igualmente interessante é o vídeo do celebrado A Day in the Life, tema maior que supostamente refere o acidente de Paul - "He blew his mind out in a car/He didn't notice that the lights had changed/A crowd of people stood and stared/They'd seen his face before/Nobody was really sure if he was from the House of Lords" - e parte fundamental do álbum que hoje celebramos...
Como tem vindo a suceder, cabe ao Departamento de Línguas a organização da viagem-convívio de final do ano, cujo destino é, desta feita, a bela cidade de Lamego.
A segunda maior cidade do distrito de Viseu, localizada na margem sul do rio Douro, data já dos tempos romanos, tendo sido definitivamente reconquistada aos mouros em 1057. Terá sido em Lamego, terra natal de Dom Egas Moniz, que D. Afonso Henriques terá sido reconhecido como rei de Portugal.
Trata-se de uma cidade monumental, onde não falta que ver... Saliente-se a Sé de Lamego, de 1129, originalmente em estilo românico e mais tarde acrescida de elementos góticos e ainda renascentistas. Some-se-lhe o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, no topo do monte de Santo Estevão e de uma interessante escadaria panorâmica, que remonta a uma capela existente no local cerca de 1361. Fundamentalmente construída nos estilos barroco e rococó, foi iniciada em 1750 e concluída em 1905. Igualmente importante é o castelo de Lamego, medieval, originalmente de montanha e atualmente parte da malha urbana.
Lamego possui igualmente diversos outros locais de interesse, designadamente a Igreja do Espírito Santo, a Igreja e Convento de Santa Cruz, as igrejas de Almacave, São Francisco, das Chagas e da Graça, inúmeras casas brasonadas, entre as quais se inclui o imperdível Paço Episcopal e ainda o Colégio da Imaculada Conceição, entre tanto mais.
Conhecida também pelos seus vinhos e iguarias, de que salientamos o cabrito com batatas assadas, a truta de escabeche, os milhos com carne de vinha d'alhos, as famosas bôlas de Lamego em diversas variedades (presunto, fiambre, vinha d'alhos, frango, atum, sardinhas e bacalhau) e doçarias como os os peixinhos de chila e os pastéis Lamegos.
Foco indubitável de interesse para todos, Lamego promete a todos os participantes no já tradicional convívio, agendado para o início de Julho a preço muito módico, num percurso de elevada qualidade, que incluirá não só opíparas refeições como ainda visitas diversas (nomeadamente ao Museu de Lamego e às Caves Raposeira) e os sempre necessários momentos destinados às compras e ao relaxamento, un dia inolvidável. Aqui fica o convite e o desejo de uma participação generalizada que torne esta viagem em mais um sucesso da escola e do Departamento...
A quem conhecer as aventuras do guerreiro gaulês Astérix, o nome Lutécia (do latim Lutetia) não pode soar estranho...
Conquistada pelos exércitos de Júlio César em 52 a C numa batalha feroz em que os guerreiros locais incendiaram a cidade e bloquearam as pontes, foi mencionada pela primeira vez em 53 a C, data em que César convocou os chefes gauleses e lhes concedeu um território talvez no local da Île de la Cité, talvez perto de Nanterre, não é certo, mas seguramente junto ao Sena que atravessa a atual capital francesa.
Foi a partir do ano 300 que a cidade, entretanto reconstruída em estilo galo-romano, o que terá sido facilitado pela destruição que os chefes gauleses lhe tinham inflingido, ganhou o nome presente de Paris, a partir do latim civitas Parisiorum ou urbs Parisiorum, proveniente do nome do povo gaulês que ocupou o local a partir do século III a C, os Parisii.
Apesar de algo recôndita no que tocava aos territórios conquistados, a nova cidade possuía alguns monumentos, mais ou menos visíveis na atualidade...
As Arenas de Lutécia, por exemplo, foram construídas no século I d C. Tratava-se de um anfiteatro em forma semicircular, com uma frente de 40 metros, destinada aos combates de gladiadores.
O Teatro foi descoberto em 1861 sob o lycée Saint-Louis. Media 72 por 47 metros, com um palco de 40 metros.
Em Lutécia (ou Paris) havia três termas, de entre as quais apenas as do Norte (ou de Cluny), datadas dos séculos II e III, são ainda visitáveis. Somavam-se-lhes as termas do Leste e as do Sul.
Subsiste, enfim, o Pilar dos Nautas: cinco pedras esculpidas, representando divindades do período do imperador Tibério (anos 14 a 37), descobertas em 1710 e que atestam claramente a fusão entre os ritos pagãos locais e o culto Cristão, então em forte crescimento.
Assim, já sabem... Da próxima vez que visitarem a capital francesa, não deixem de procurar os restos da capital gaulesa, muito para além da mitologia moderna da pequena aldeia armoricana de Astérix, talvez menos divertida mas bem mais real.
São Valentim (apesar de haver várias versões, como é uso suceder nestas coisas antigas) terá sido um mártir cristão que deu a vida pelo amor - daí a sua ligação ao Dia dos Namorados. Terá sido mandado decapitar pelo rei romano Cláudio, em 269, pelo facto de celebrar casamentos de soldados romanos que, aparentemente, se encontravam proibidos de contrair matrimónio. Em 496, o Papa Gelásio decidiu que se deveria passar a homenageá-lo a 14 de fevereiro de cada ano.
E como se celebra o Dia dos Namorados - de São Valentim - em diferentes partes do mundo?
Em Portugal, como todos sabemos, é hábito a oferta de flores, cartões e outras prendas, assim como é costume o homem convidar a sua apaixonada para um jantar recatado, se possível à luz das velas.
No Reino Unido, é hábito a oferta de versos de amor, por vezes sonetos, originais. Dispensa-se a técnica de um Shakespeare, o importante é mesmo o sentimento. Também no Reino Unido, adultos e principalmente crianças têm o hábito de entoar canções românticas, sendo estas últimas recompensadas com doces e brinquedos. Existe igualmente a crença de que as jovens casadoiras devem ir à janela mal despertem, uma vez que o primeiro homem que virem será o homem da sua vida. Considerando-se, enfim, esta data como augúrio do fim do inverno e início da primavera, reza a tradição que é neste dia que as aves acasalam, razão pela qual em certas partes do Reino Unido se celebra o "Dia do casamento das aves".
França tinha uma tradição, agora proibida: a loterie d'amour. Os jovens iam de casa em casa até encontrarem aquela que seria o seu par ideal. As jovens recusadas acendiam uma grande fogueira onde queimavam imagens dos homens por quem tinham sido rejeitadas, ao mesmo tempo que os insultavam e amaldiçoavam. A ideia da oferta de cartões do Dia dos Namorados, as cartes d'amitiés, também parece ter tido origem em França: prisioneiro na Torre de Londres após a sua captura, em 1415, na batalha de Agincourt, o Duque de Orleães, terá enviado inúmeras cartas e múltiplos poemas de amor à sua esposa, em França, tendo assim dado início à tradição.
Espanha também é país para jantares românticos entre pares amorosos, com ofertas de prendas, flores e cartões. A Catalunha, região autónoma do país vizinho, tem, entretanto, uma tradição muito própria: o dia de S. Jorge, comemorado a 23 de abril em honra do cavaleiro que terá matado um temível dragão para salvar a sua amada. Nesse dia, é hábito a oferta de livros entre namorados, tradição que parece ligar-se ao facto do dramaturgo e poeta britânico William Shakespeare ter falecido nesse dia em 1616, um dia precisamente depois do grande homem de letras espanhol Miguel de Cervantes nos ter, também ele, deixado.
Por fim, apesar de os alemães não serem geralmente tidos por muito românticos, são-no efetivamente, principalmente no que toca a este dia, o Valentistag, data que só após a Segunda Guerra Mundial passou a ser celebrada de modo mais comercial e exclusivamente entre adultos. Tal como em outros países, oferecem-se prendas, cartões e chocolates especialmente concebidos para o 14 de fevereiro. A adição de um porquinho à parafernália amorosa é, entretanto, uma particularidade germânica... Não é difícil depararmos com figuras de porquinhos oferecendo flores e ainda de outros, exibindo poses provocatórias em corações de chocolate. Símbolos da sorte e igualmente da luxúria, estes porquinhos chocolateiros são frequentemente encontrados segurando trevos de quatro folhas enquanto sobem uma pequena escada até ao coração de chocolate - diz-se que trarão boa sorte ao casal que os adquirir.
Posto tudo isto, bom dia de São Valentim e não se esqueçam que a cultura também perpassa o amor.
Nascido em Trindade, a 7 de Abril de 1893, e falecido em Lisboa, a 15 de Junho de 1970, Almada Negreiros foi pintor, poeta, dramaturgo e romancista e uma das maiores e mais longevas figuras do Modernismo português.
Tendo passado parte da infância em São Tomé e Príncipe, então colónia portuguesa, veio a estudar, mais tarde, num colégio Jesuíta, em Lisboa.
Em 1913 organizou a sua primeira exposição individual com 90 desenhos, onde conheceu Fernando Pessoa e Mário de Sá Carneiro, com quem viria a colaborar na revista Orpheu. Foi esta mesma publicação, ousada para a época, que levou uma respeitada figura da intelectualidade de então, Júlio Dantas, a afirmar ser feita por "gente sem juízo". Em resposta, Almada escreveu e publicou o Manifesto Anti-Dantas, que deu brado e ficou para a história. Rezava assim: "Uma geração que consente em deixar-se representar por um Dantas é uma geração que nunca o foi. É um coio d'indigentes, d'indignos e de cegos, e só pode parir abaixo de zero! Abaixo a geração! Morra o Dantas, morra! Pim!"
Viveu em Paris durante o ano de 1917 e, depois de um regresso a Portugal, mudou-se para Espanha em 1927. Influenciado pelo Futurismo, declarou-se apoiante de Salazar e compôs diversas obras para o regime, mesmo se este, com as limitações intelectuais que o caraterizavam, basicamente desprezava a sua real importância para a cultura nacional.
Foi em 1954 que, postumamente, criou aquele que será provavelmente o mais conhecido retrato de Fernando Pessoa. E quando, em 1970, veio a falecer de paragem cardíaca no Hospital de São Luís dos Franceses, foi precisamente no mesmo hospital onde Pessoa falecera muitos anos antes. É de Pessoa que nos fala no vídeo que seguidamente vos apresentamos...
Em Carnac, na região noroeste de França, mais precisamente na Bretanha, localiza-se um dos mais vastos conjuntos de megalitos do mundo. Trata-se de cerca de três mil menhires e dolmens, para além de túmulos pré-históricos, datados do período neolítico (entre 4500 e 2000 AC), provavelmente de cerca de 3300 AC na sua maioria, erigidos em linhas perfeitamente retilíneas. A tradição local indica que tal se deve ao facto de que se tratava de legiões romanas transformadas em pedra pelo mago Merlim, do ciclo Arturiano, ou, noutra versão, por São Cornélio, um Papa da Antiguidade.
Coexistem, entretanto, várias versões mais científicas que explicam a presença dos megalitos no local... A mais popular conta-nos que gerações sucessivas se dirigiram ao local com o fim de erguer megalitos em honra dos seus antepassados. Alexander Thorn, no entanto, apresentou muito à maneira do início dos anos setenta, período em que realizou as suas investigações, Carnac como uma espécie de observatório astrológico. E Pierre Méreaux, que dedicou trinta anos ao estudo do sítio arqueológico, concluiu que as pedras terão sido usadas enquanto sismógrafos primitivos.
A região, igualmente famosa desde o final da Segunda Guerra Mundial como local de veraneio, localiza-se não longe de Saint-Malo, uma ilha fortificada com origem num mosteiro fundado durante o século VI (também temporariamente porto de abrigo de piratas, flibusteiros e corsários) e famosa pelas suas marés e pelas suas ostras. Diz-se que uma caverna local abriga um unicórnio, tal como se diz que o mesmo vive nos mares que banham Carnac.
Trata-se, em todo o caso, de um local de visita impreterível para os amantes da História e ainda para todos aqueles a quem as ricas e múltiplas lendas bretãs, nomeadamente do ciclo Arturiano, fascinam.