terça-feira, 29 de novembro de 2011

A Lenda do pinheiro de Natal

Haverá ainda quem se lembre de quando, no tempo do Menino Jesus (que não do Pai Natal), usávamos pinheiros atlânticos ou mesmo pinheiros mansos em casa no Natal. Ambos foram, mais recentemente, ultrapassados pelo pinheiro nórdico, natural ou artificial. Mas de onde surgiu, antes de mais, o pinheiro como símbolo natalício?
As árvores de folha perene, o pinheiro entre elas, sempre foram símbolo de renascimento na Europa. Mas não só... Os antigos egípcios usavam folhas de palmeira nas festividades do solstício de inverno, os romanos usavam árvores de folha perene nas celebrações da Saturnália, um festival de inverno em honra do deus da agricultura, e os pagãos no norte da Europa celebravam o festival do solstício de inverno de Jul, dois meses com início em novembro, pendurando ramos de pinheiro nas portas e janelas como modo de afastar espíritos malignos e demónios.
As lendas e histórias em torno do pinheiro de Natal são muitas. Reza uma que quando o cristianismo chegou ao norte da Europa, o céu enviou três vontades - a Fé, a Esperança e a Caridade - com a missão de encontrarem uma árvore tão elevada como a esperança, tão imensa como o amor, tão gentil como a caridade e uma que possuísse o sinal da cruz em cada ramo. Foi nas florestas do Norte que encontraram o pinheiro que, iluminado pela luz das estrelas, se tornou a primeira árvore de Natal.
Fala-se também num lenhador que terá auxiliado uma criança esfomeada. Na manhã seguinte, a criança, nem mais nem menos do que o próprio Menino Jesus, surgiu ao lenhador e à sua mulher, trazendo consigo um ramo de pinheiro e afirmando que seria uma árvore que daria frutos por alturas do Natal. Daí a primeira árvore de Natal, enfeitada por maçãs douradas e nozes prateadas.
Entretanto, já no século XII, pela sua forma triangular, simbólica do Pai, Filho e Espírito Santo, os europeus do Norte penduravam pinheiros dos telhados como imagem do cristianismo, na época do Natal. E há quem atribua a tradição ao próprio Martinho Lutero que, tendo admirado os pinheiros e a sua forma ao luar e sob as estrelas, levou uma árvore para casa e a adornou com velas em honra do nascimento de Cristo.
Um dos mais conhecidos temas musicais ligados ao Natal é o alemão O Tannenbaum (die tanne significa o pinheiro), com melodia de autor desconhecido e letra em primeira versão de cerca de 1550. A versão mais conhecida é, no entanto, atribuída a Ernst Anschutz e data de 1824. Aqui a temos numa versão já clássica - em alemão, claro - de Nat King Cole, com os seus inconfundíveis sotaque e suavidade.



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