No próximo dia 14 de junho, sábado, pelas 16,30 horas, no Café Concerto do Fórum da Maia, vai ter lugar o lançamento do romance O Rodopio do Escorpião, de Jorge Simões (autor deste blog e professor nesta escola). A apresentação estará a cargo do jornalista Pedro Olavo Simões. Contamos com a vossa presença!
Clube de Línguas da Secundária do Castêlo
domingo, 1 de junho de 2014
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
Blog em ritmo lento (momentaneamente)
Bom dia a todos e obrigado por nos acompanharem. O Clube de Línguas vai mudar para novas instalações e toda a ajuda é pouca. Há muito para fazer. Assim, enquanto durar esta fase de reinstalação e renascimento, o blog poderá estar algo parado ou algo lento. Aproveitem para seguir alguns posts bem interessantes que até este momento publicámos. Um até breve!
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
Poema em linha reta
O conhecido Poema em Linha Reta, de Fernando Pessoa, numa adaptação inspiradíssima do ator brasileiro Osmar Prado. Apreciem...
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Baudelaire diz L'Albatros
Eis uma curiosa animação do célebre poeta francês Charles Baudelaire (1821 - 1867), dizendo o seu poema L'Albatros...
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Aprender novas línguas - citações
De cada vez que uma língua morre, é mais uma chama que se apaga, mais um som que se cala.
Ariel Sabar
Com uma língua podes movimentar-te de uma posição social para outra. Com uma língua, onde quer que estejas estás em casa.
Edmund de Waal
Se te dirigires a um homem numa língua que ele entenda, diriges-te à sua cabeça. Se lhe falares na sua própria língua, atinge-lo na alma.
Nelson Mandela
Ter uma segunda língua é possuir uma segunda alma.
Charlemagne
Nunca poderás entender uma língua até entenderes pelo menos duas.
Geoffrey Williams
Um homem que sabe duas línguas vale por dois homens.
Provérbio francês
A língua não é uma dádiva genética e sim social. Aprender uma nova língua é tornar-se um membro do clube - a comunidade dos falantes dessa língua.
Frank Smith
Os americanos que viajam para o estrangeiro ficam muitas vezes chocados ao descobrirem que, apesar de todo o progresso dos últimos trinta anos, muitos estrangeiros ainda se exprimem em línguas estrangeiras.
Dave Barry
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Mais um ano e o Clube de regresso
Aposto que já todos se interrogavam o que teria acontecido ao blog do nosso Clube de Línguas... Pois ei-lo de regresso sem tardança. Esperamos continuar a contar com a vossa companhia e a vossa amizade ao longo de mais um ano de culturas e curiosidades... Abraços.
terça-feira, 21 de maio de 2013
Monumentos da Europa
Big Ben
O Big Ben situa-se em Londres,
Inglaterra, na Tower Clock e, ao contrário do que as pessoas pensam, não é o
relógio do Parlamento Britânico, conhecido por ser grande e preciso, mas sim o
nome do sino que está na torre. Este foi instalado em 1859, no Palácio de
Westminster, durante a gestão do ministro das Obras públicas da Inglaterra, Sir
Benjamin Hall. Este senhor tinha o apelido de Big
Ben, por ser alto e corpulento, pelo que o sino ficou também com esse
nome.
Feito em 1858 pela fundição Whitechapel, em Londres, o Big
Ben pesa 13.760 kg, tem 2,74 m de diâmetro e mede 2,39 m de altura.
No dia 31 de maio de 1859, o Big Ben tocou pela primeira vez
na torre e, desde o dia 31 de dezembro de 1923, a rádio BBC transmite todos os
dias as suas badaladas.
O Big Ben faz parte
do Património Mundial da UNESCO.
Mosteiro dos Jerónimos
O Mosteiro dos Jerónimos situa-se em Belém, Lisboa, perto do
Rio Tejo, em Portugal.
A sua construção foi baseada no estilo manuelino, pois os
seus elementos decorativos são repletos de símbolos da arte da navegação. Desta
forma, constitui o ponto mais alto da arquitetura manuelina e o mais notável
conjunto monástico do século XVI em Portugal, sendo assim um testemunho
monumental da riqueza dos Descobrimentos Portugueses.
O monumento é considerado património mundial pela UNESCO e,
no dia 7 de julho de 2007, foi eleito como uma das sete maravilhas de Portugal.
Muro de Berlim
O Muro de Berlim
situava-se em Berlim, Alemanha, entre 1961 e 1989, e era uma barreira física,
construída pela República Democrática Alemã durante a Guerra Fria. Este muro
cercava Berlim Ocidental, separando-o da Alemanha Oriental.
Os planos da construção do muro eram um segredo do governo
da RDA.
Para além de dividir a cidade de Berlim ao meio, também
simbolizava a divisão do mundo em duas partes, a República Federal da Alemanha
(RFA), integrada nos países capitalistas chefiados pelos Estados Unidos; e a
República Democrática Alemã (RDA), parte dos países socialistas simpatizantes
do regime totalitário soviético.
Construído na madrugada de 13 de Agosto de 1961, do Muro de
Berlim faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de
observação, 127 redes metálicas electrificadas com alarme e 255 pistas de
corrida para ferozes cães de guarda. Era patrulhado por militares da Alemanha
Oriental com ordens de balear para matar os que tentassem escapar (a célebre
"Ordem 101"), o que provocou a morte a 80 pessoas identificadas, 112
ficaram feridas e milhares aprisionadas nas diversas tentativas.
Durante a sua existência, o Muro quase parou todos os
movimentos de emigração e separou a Alemanha Oriental de Berlim Ocidental por
mais de um quarto de século.
A queda do Muro de Berlim abriu o caminho para a
reunificação alemã, que foi formalmente celebrada em 3 de outubro de 1990, e
muitas pessoas relembram esta data como o Fim da Guerra Fria.
O governo de Berlim incentiva a visita do muro derrubado,
pois preparou a reconstrução de excertos do muro e, para além da sua
reconstrução, está marcado no chão o percurso que o muro fazia quando estava
erguido.
Porta do Sol
A Porta do Sol situa-se em Madrid, Espanha, e é um dos
lugares mais conhecidos da cidade, o que o torna muito frequentado.
É a partir deste sítio que se conta o “quilómetro zero” das estradas espanholas.
Como manda a tradição, todos os anos, no dia 31 de Dezembro,
muitas pessoas se juntam na Porta do Sol para festejar o ano novo, uma vez que
lá se situa também o relógio que faz a contagem decrescente para a entrada do
ano novo.
Torre Eiffel
A Torre Eiffel situa-se em Paris, França, e foi construída
em ferro, no séc. XIX (1887-1889), com 342 m de altura e 300 toneladas, sendo
assim a estrutura mais alta do mundo construída pelo Homem até então.
Tornou-se um ícone mundial de França e uma das estruturas
mais reconhecidas no mundo, pelo que também é o monumento pago mais visitado.
A Torre Eiffel foi inaugurada no dia 31 de Março de 1889.
Estava previsto ser uma estrutura temporária, mas decidiram não a destruir.
A torre foi o monumento mais alto do mundo ao longo de mais
de quarenta anos, até 1930, quando foi ultrapassada pelo Edifício Chrysler, de
Nova Iorque, que tem 329 m.
A torre tem três andares para os visitantes, e para chegar
ao primeiro andar é necessário subir mais de 300 degraus. O terceiro e mais
alto nível só é acessível por elevador.
Do primeiro andar, que tem várias lojas, vê-se a cidade
inteira e o segundo andar tem um restaurante.
Desde a sua inauguração, já recebeu um total de 244 000 000
de visitantes.
Imagem de: www.flickr.com (trabalho de Michael Levi)
domingo, 12 de maio de 2013
A importância das línguas
Como seria o mundo se todos
falassem a mesma língua? Ninguém sabe, mas a verdade é que não seria o mesmo…
Precisamente por isso é que temos de evoluir,
devemos saber falar várias línguas, pois existe um mundo lá fora em que é
necessário possuir conhecimentos não só técnicos mas também culturais e a
língua é a cultura de um país. Se no nosso futuro pretendemos emigrar não nos
podemos dar ao luxo de saber apenas falar a nossa língua materna (neste caso o
Português) e Inglês (com o qual já estamos ambientados), mas devemos sim saber
falar pelo menos o básico da língua do país de emigração, não só para nos facilitar a
procura de trabalho mas também porque nunca faz mal saber mais e adquirir um
pedacinho de cultura do mesmo.
A língua é a nossa base, base
esta que pode ser dada pela nossa família mas que deve ser aperfeiçoada na
escola.
Na nossa escola temos excelentes profissionais
que nos preparam para o futuro, que nos ensinam a falar diferentes línguas e
que nos levam a descobrir estas de maneiras interessantes, pedagógicas e
diferentes… Muitos dizem que estudar línguas é apenas decorar verbos, mas aqui
ensinam-nos não só o “ABC” mas também nos levam aos países onde estas se falam, o que nos permite colocar as nossas capacidades em ação.
Por fim, apenas
gostaria de referir que embora aprender diferentes línguas seja importante não
nos devemos esquecer das nossas raízes, o Português, que também é único e
possui palavras fora do comum como a palavra saudade que não existe em mais nenhum vocabulário. Tinha de ser portuguesa, é claro…
Mariana Pereira, nº 16, 9º J
Imagem de: www.ce.authorizedrepresentative.eu
segunda-feira, 11 de março de 2013
Ovos de Páscoa
Apesar da
associação direta do período pascal com a morte e ressurreição de Cristo, há
aspetos que são, na verdade, adaptações de antigos rituais pagãos: nomeadamente
os ovos de Páscoa, desde sempre símbolos de fertilidade e renascimento. Já a
Fénix, na mitologia egípcia, ardia para mais tarde renascer a partir do ovo que
ficava no ninho incandescente. Do mesmo modo, os hindus creem que o mundo se
originou a partir de um ovo. Nada mais natural, portanto, que os novos costumes
cristãos que foram surgindo na Europa tivessem adotado o ovo como símbolo de
nova vida – logo, de Ressurreição. Alguns antigos cristãos encararam o ovo como
a rocha que foi afastada da frente do Santo Sepulcro inclusive.
Os exemplos
mais antigos de ovos de Páscoa foram ovos de pato ou de galinha decorados em
casa com cores vibrantes, um costume que ainda se mantém em diversas culturas
da cristandade.
A partir dos
séculos XVII e XVIII surgiram brinquedos em forma de ovo, os quais eram
oferecidos às crianças por altura da Páscoa. Entre os mais valiosos exemplos de
ovos de Páscoa contam-se, no entanto, as famosas joias criadas por Carl Fabergé
no século XIX para o czar e czarina da Rússia.
Os primeiros
ovos de chocolate, hoje em dia imagem de marca da Páscoa, surgiram no início do
século XIX, nomeadamente em França e na Alemanha. Os primeiros eram compactos,
em resultado de ainda não terem então sido criadas as técnicas de molde que
atualmente os caracterizam. Certo, certo, é que os ovos de Páscoa se tornaram
uma tradição dos tempos modernos e, com eles, o coelho de Páscoa, nobre
transportador da deliciosa iguaria.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
O Menino de Sua Mãe
Duas figuras míticas - o diseur João Villaret e o poeta Fernando Pessoa - juntam-se num hino lânguido e saudoso anti-guerra: O Menino de Sua Mãe...
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Biscoitos de Natal à moda do Quebeque
O Quebeque é uma província do Canadá de maioria francófona, cuja capital é Quebec City e a cidade mais conhecida, talvez Montreal, onde se desenrolaram os Jogos Olímpicos de 1976. Foi em Montreal que o nosso Carlos Lopes ficou em segundo lugar nos 10 mil metros, tendo perdido na reta final para o finlandês Lasse Viren. Foi também durante uma visita ao Quebeque que o curiosíssimo presidente francês (e ex-líder da resistência aos nazis a partir de Londres) general Charles de Gaulle incitou, durante uma visita de estado, os habitantes à independência face ao restante Canadá de maioria anglófona - vá-se lá entender...
Mas o que hoje aqui nos traz é o Natal. Esta é uma região de rica tradição culinária, naturalmente influenciada pela gastronomia francesa. Para não vos dar demasiado trabalho, a nossa proposta ficar-se-á por uns deliciosos biscoitos, fáceis e rápidos de fazer. E deliciosos, claro... Tomem nota:
INGREDIENTES:
170 ml de margarina
560 ml de farinha
85 ml de açúcar
Uma colher de chá (5 ml) de fermento em pó
85 ml de açúcar mascavado
Uma colher de chá (5 ml) de bicarbonato de sódio
Dois ovos
Uma pequena pitada de sal
Uma colher de chá (5 ml) de essência de baunilha
12 cerejas confitadas verdes, cortadas
12 cerejas confitadas vermelhas, cortadas
PREPARAÇÃO:
Aquecer o forno a cerca de 190º C
Numa taça, bater conjuntamente a margarina, a farinha, o açúcar, o fermento e o açúcar mascavado
Juntar os restantes ingredientes com uma colher de pau até conseguir uma mistura homogénea
Dispor por formas de biscoitos ligeiramente untadas
Cozer a cerca de 190º C durante 15 minutos
Et voilà! Um bom acompanhamento para o Natal, com um toque franco-canadiano. Bon appétit!
domingo, 8 de julho de 2012
Férias 2012
Eis-nos na reta final de mais um ano letivo. Uma vez mais, damos por encerrada a atividade deste blog e deixamo-vos, até para o ano, com um forte abraço e agradecimentos a todos os que de algum modo colaboraram neste projeto, mais que não tenha sido através da leitura interessada dos artigos que procurámos que fossem variados e interessantes.
Com as atuais alterações a nível da gestão da nossa escola, agora inserida num agrupamento, deixamos ainda um forte abraço de agradecimento pela proximidade e pelo trabalho desenvolvido a todos os elementos da equipa até agora dirigida pela professora Paula Romão e, simultaneamente, votos sinceros de bom e frutífero trabalho para a equipa que agora entra em funções, presidida pelo professor Marco António Marques, a qual será representada na ESCM pelos professores José Nuno Araújo e Maria da Conceição Moutinho. A todos votos de bom sucesso.
Bom verão de 2012 e até um novo ano com mais novidades neste blog que se pretende de e para toda a comunidade!
Jorge Simões/Clube de Línguas
sexta-feira, 1 de junho de 2012
45 anos de Sergeant Pepper's
Independentemente da importância e influência de tantas bandas e músicos, foram os Beatles, nomeadamente a partir de Revolver (1966) que geraram uma volta de 180º nas tendências, isolando França e Itália nas suas próprias bolhas musicais, assim abrindo o caminho percorrido até à atualidade.
E como decorrem hoje precisamente quarenta e cinco anos sobre o lançamento do lendário álbum Sergeant Pepper's Lonely Hearts Club Band, faz todo o sentido relembrá-lo. Após a conturbada tournée final de 1966 pelos Estados Unidos, em que os membros da banda se queixaram de não se conseguirem escutar no meio da histeria geral, ficou decidido que os tempos dos concertos ao vivo tinham ficado para trás.
Assim, a ideia subjacente ao novo álbum, intimamente ligado ao Verão de 1967, conhecido como o Verão do Amor, consistiu em criar uma obra em que as músicas se interligassem de modo a criarem elas mesmas um concerto, sem que os músicos tivessem que pisar o palco. Iniciado em dezembro de 1966 e gravado durante 129 dias consecutivos, Sergeant Pepper's multiplicou o número de pistas de gravação face ao que até então era habitual, criou e utilizou novas técnicas de produção e novos conceitos, variou as correntes musicais em jogo e fez uso de orquestras inteiras. Ponto máximo do psicadelismo, publicado a 1 de Junho de 1967, ganhou os Grammy Awards em 1968, foi número 1, em 1994, no All The Top 1000 Albums e fez parte da lista dos melhores álbuns de sempre da conceituada Rolling Stone em 2003 e 2012. Foi também o álbum mais vendido de todos os tempos, com vendas superiores a 32 milhões de cópias.
Tratando-se de um ponto de viragem cultural, assim como uma mudança radical para a própria banda, foi também a partir de Sergeant Pepper's que se difundiu a teoria de que Paul McCartney teria morrido num acidente de viação no final de 1966 e sido substituído por um sósia, teoria essa que se mantém viva até à atualidade dentro de certos círculos. O substituto - com voz idêntica, inclusive - teria sido Billy Shears (mencionado logo na primeira faixa do álbum) ou, como mais tarde se afirmou, um tal William Campbell, vencedor de um concurso de imitadores dos elementos da banda.
Paul is Dead
A teoria conspiratória, vulgarmente denominada Paul is Dead, inicia-se logo em Sergeant Pepper's e baseia-se em supostos indícios quer sonoros, quer imagéticos. Vejamos, de entre muitos outros...
No tema Sergeant Pepper's Lonely Heart's Club Band que dá o arranque inicial ao álbum, Billy Shears é apresentado como o líder da banda. O tema termina mesmo com um sonoro "Billy Shears" - mas quem interpreta o tema que se segue é Ringo e não Paul e, supostamente, não teria sido Ringo a desaparecer num acidente de automóvel. Na capa interior, Paul ostenta um patch onde se pode ler OPD, o que foi interpretado como Officially Pronounced Dead. No entanto, parece ter-se tratado de um patch da polícia canadiana e não OPD, mas sim OPP. Na contracapa, em vermelho sangue, Paul é o único a encontrar-se de costas, enquanto o dedo polegar de George Harrison parece apontar para o início da letra de She's Leaving Home: "Wednesday morning at five o'clock as the day begins", o que aparentou apontar para quarta-feira, 9 de novembro de 1966, pelas 5 da manhã, quando teria ocorrido o acidente fatal.
No álbum Magical Mystery Tour, onde se inclui o tema I am the Walrus, Paul surge vestido de morsa. Parece que a morsa é símbolo da morte na mitologia viking. E no mesmo álbum, precisamente em I am the Walrus, Lennon parece dizer "I buried Paul", embora mais tarde se tenha vindo a concluir que as palavras eram efetivamente "Cranberry sauce".
No subsequente White Album, diz-se que quando se toca Revolution 9 ao contrário, John Lennon afirma "Turn me on, dead man", o que seria uma referência oculta a Paul e ao mantra I'd love to turn you on de A Day in the Life (Sergeant Pepper's). Em Glass Onion, Lennon canta "And here's another clue for you all/The Walrus was Paul". E, no final de I'm so Tired, logo antes do início de Blackbird, convenientemente interpretado por Paul, John diz algo de impercetível que, escutado ao contrário, pode soar a algo como "Paul is a dead man. Miss him. Miss him. Miss him".
Outras "provas" do conluio chegam até Let it Be (o penúltimo álbum da banda, ainda que o último a sair a público) e a Abbey Road. Parece que na capa do primeiro, constituído por quatro fotografias dos elementos da banda, apenas o rosto de Paul surge obscurecido por um microfone, ao passo que os restantes surgem iluminados. Quanto a Abbey Road, a capa foi comparada a um cortejo fúnebre: John, inteiramente vestido de branco, seria o corpo astral; Ringo, todo de negro, aquele que chora o morto; George, com calças e blusão de ganga coçada, o coveiro; por fim, Paul, descalço e com o pé direito na dianteira, contrariamente aos restantes, o cadáver. Aparentemente também, na Índia os condenados à morte eram levados descalços ao seu destino final. Tal como, também na Índia, e retomando a capa de Sergeant Pepper's, a mão que surge sobre a cabeça de Paul constituía sinal para a execução de um condenado.
Um dia na vida
Interessante ainda que muito inverosímil. Como sabemos, há quem ainda acredite e jure que a terra é plana e que a ida à Lua foi integralmente filmada em estúdios. Igualmente interessante é o vídeo do celebrado A Day in the Life, tema maior que supostamente refere o acidente de Paul - "He blew his mind out in a car/He didn't notice that the lights had changed/A crowd of people stood and stared/They'd seen his face before/Nobody was really sure if he was from the House of Lords" - e parte fundamental do álbum que hoje celebramos...
terça-feira, 29 de maio de 2012
Passeio anual da escola - destino: Lamego
Nossa Senhora dos Remédios |
A segunda maior cidade do distrito de Viseu, localizada na margem sul do rio Douro, data já dos tempos romanos, tendo sido definitivamente reconquistada aos mouros em 1057. Terá sido em Lamego, terra natal de Dom Egas Moniz, que D. Afonso Henriques terá sido reconhecido como rei de Portugal.
Trata-se de uma cidade monumental, onde não falta que ver... Saliente-se a Sé de Lamego, de 1129, originalmente em estilo românico e mais tarde acrescida de elementos góticos e ainda renascentistas. Some-se-lhe o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, no topo do monte de Santo Estevão e de uma interessante escadaria panorâmica, que remonta a uma capela existente no local cerca de 1361. Fundamentalmente construída nos estilos barroco e rococó, foi iniciada em 1750 e concluída em 1905. Igualmente importante é o castelo de Lamego, medieval, originalmente de montanha e atualmente parte da malha urbana.
Lamego possui igualmente diversos outros locais de interesse, designadamente a Igreja do Espírito Santo, a Igreja e Convento de Santa Cruz, as igrejas de Almacave, São Francisco, das Chagas e da Graça, inúmeras casas brasonadas, entre as quais se inclui o imperdível Paço Episcopal e ainda o Colégio da Imaculada Conceição, entre tanto mais.
Conhecida também pelos seus vinhos e iguarias, de que salientamos o cabrito com batatas assadas, a truta de escabeche, os milhos com carne de vinha d'alhos, as famosas bôlas de Lamego em diversas variedades (presunto, fiambre, vinha d'alhos, frango, atum, sardinhas e bacalhau) e doçarias como os os peixinhos de chila e os pastéis Lamegos.
Foco indubitável de interesse para todos, Lamego promete a todos os participantes no já tradicional convívio, agendado para o início de Julho a preço muito módico, num percurso de elevada qualidade, que incluirá não só opíparas refeições como ainda visitas diversas (nomeadamente ao Museu de Lamego e às Caves Raposeira) e os sempre necessários momentos destinados às compras e ao relaxamento, un dia inolvidável. Aqui fica o convite e o desejo de uma participação generalizada que torne esta viagem em mais um sucesso da escola e do Departamento...
terça-feira, 22 de maio de 2012
De Lutécia a Paris
As Arenas de Lutécia |
A quem conhecer as aventuras do guerreiro gaulês Astérix, o nome Lutécia (do latim Lutetia) não pode soar estranho...
Conquistada pelos exércitos de Júlio César em 52 a C numa batalha feroz em que os guerreiros locais incendiaram a cidade e bloquearam as pontes, foi mencionada pela primeira vez em 53 a C, data em que César convocou os chefes gauleses e lhes concedeu um território talvez no local da Île de la Cité, talvez perto de Nanterre, não é certo, mas seguramente junto ao Sena que atravessa a atual capital francesa.
Foi a partir do ano 300 que a cidade, entretanto reconstruída em estilo galo-romano, o que terá sido facilitado pela destruição que os chefes gauleses lhe tinham inflingido, ganhou o nome presente de Paris, a partir do latim civitas Parisiorum ou urbs Parisiorum, proveniente do nome do povo gaulês que ocupou o local a partir do século III a C, os Parisii.
Apesar de algo recôndita no que tocava aos territórios conquistados, a nova cidade possuía alguns monumentos, mais ou menos visíveis na atualidade...
As Arenas de Lutécia, por exemplo, foram construídas no século I d C. Tratava-se de um anfiteatro em forma semicircular, com uma frente de 40 metros, destinada aos combates de gladiadores.
O Teatro foi descoberto em 1861 sob o lycée Saint-Louis. Media 72 por 47 metros, com um palco de 40 metros.
Em Lutécia (ou Paris) havia três termas, de entre as quais apenas as do Norte (ou de Cluny), datadas dos séculos II e III, são ainda visitáveis. Somavam-se-lhes as termas do Leste e as do Sul.
Subsiste, enfim, o Pilar dos Nautas: cinco pedras esculpidas, representando divindades do período do imperador Tibério (anos 14 a 37), descobertas em 1710 e que atestam claramente a fusão entre os ritos pagãos locais e o culto Cristão, então em forte crescimento.
Assim, já sabem... Da próxima vez que visitarem a capital francesa, não deixem de procurar os restos da capital gaulesa, muito para além da mitologia moderna da pequena aldeia armoricana de Astérix, talvez menos divertida mas bem mais real.
Assim, já sabem... Da próxima vez que visitarem a capital francesa, não deixem de procurar os restos da capital gaulesa, muito para além da mitologia moderna da pequena aldeia armoricana de Astérix, talvez menos divertida mas bem mais real.
terça-feira, 10 de abril de 2012
Citações: Serge Gainsbourg (1928-1991)
De certo modo, a fealdade é superior à beleza porque perdura.
Conheço os meus limites. É por isso que os ultrapasso.
Se tivesse que escolher entre uma última mulher e um último cigarro, escolheria o cigarro: livramo-nos dele mais facilmente.
Quem nunca se deixou aprisionar nunca saberá o que é a liberdade.
Mais vale chorar por coisa nenhuma que rir de tudo.
Quando não se tem o que se ama, deve amar-se o que se tem.
Se Cristo tivesse morrido na cadeira elétrica, todos os Cristãos usariam uma cadeirinha à volta do pescoço.
Se eu fosse Deus, provavelmente seria o único a não acreditar em mim.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Dia de S. Valentim
São Valentim (apesar de haver várias versões, como é uso suceder nestas coisas antigas) terá sido um mártir cristão que deu a vida pelo amor - daí a sua ligação ao Dia dos Namorados. Terá sido mandado decapitar pelo rei romano Cláudio, em 269, pelo facto de celebrar casamentos de soldados romanos que, aparentemente, se encontravam proibidos de contrair matrimónio. Em 496, o Papa Gelásio decidiu que se deveria passar a homenageá-lo a 14 de fevereiro de cada ano.
E como se celebra o Dia dos Namorados - de São Valentim - em diferentes partes do mundo?
Em Portugal, como todos sabemos, é hábito a oferta de flores, cartões e outras prendas, assim como é costume o homem convidar a sua apaixonada para um jantar recatado, se possível à luz das velas.
No Reino Unido, é hábito a oferta de versos de amor, por vezes sonetos, originais. Dispensa-se a técnica de um Shakespeare, o importante é mesmo o sentimento. Também no Reino Unido, adultos e principalmente crianças têm o hábito de entoar canções românticas, sendo estas últimas recompensadas com doces e brinquedos. Existe igualmente a crença de que as jovens casadoiras devem ir à janela mal despertem, uma vez que o primeiro homem que virem será o homem da sua vida. Considerando-se, enfim, esta data como augúrio do fim do inverno e início da primavera, reza a tradição que é neste dia que as aves acasalam, razão pela qual em certas partes do Reino Unido se celebra o "Dia do casamento das aves".
França tinha uma tradição, agora proibida: a loterie d'amour. Os jovens iam de casa em casa até encontrarem aquela que seria o seu par ideal. As jovens recusadas acendiam uma grande fogueira onde queimavam imagens dos homens por quem tinham sido rejeitadas, ao mesmo tempo que os insultavam e amaldiçoavam. A ideia da oferta de cartões do Dia dos Namorados, as cartes d'amitiés, também parece ter tido origem em França: prisioneiro na Torre de Londres após a sua captura, em 1415, na batalha de Agincourt, o Duque de Orleães, terá enviado inúmeras cartas e múltiplos poemas de amor à sua esposa, em França, tendo assim dado início à tradição.
Espanha também é país para jantares românticos entre pares amorosos, com ofertas de prendas, flores e cartões. A Catalunha, região autónoma do país vizinho, tem, entretanto, uma tradição muito própria: o dia de S. Jorge, comemorado a 23 de abril em honra do cavaleiro que terá matado um temível dragão para salvar a sua amada. Nesse dia, é hábito a oferta de livros entre namorados, tradição que parece ligar-se ao facto do dramaturgo e poeta britânico William Shakespeare ter falecido nesse dia em 1616, um dia precisamente depois do grande homem de letras espanhol Miguel de Cervantes nos ter, também ele, deixado.
Por fim, apesar de os alemães não serem geralmente tidos por muito românticos, são-no efetivamente, principalmente no que toca a este dia, o Valentistag, data que só após a Segunda Guerra Mundial passou a ser celebrada de modo mais comercial e exclusivamente entre adultos. Tal como em outros países, oferecem-se prendas, cartões e chocolates especialmente concebidos para o 14 de fevereiro. A adição de um porquinho à parafernália amorosa é, entretanto, uma particularidade germânica... Não é difícil depararmos com figuras de porquinhos oferecendo flores e ainda de outros, exibindo poses provocatórias em corações de chocolate. Símbolos da sorte e igualmente da luxúria, estes porquinhos chocolateiros são frequentemente encontrados segurando trevos de quatro folhas enquanto sobem uma pequena escada até ao coração de chocolate - diz-se que trarão boa sorte ao casal que os adquirir.
Posto tudo isto, bom dia de São Valentim e não se esqueçam que a cultura também perpassa o amor.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Almada Negreiros e Fernando Pessoa
Nascido em Trindade, a 7 de Abril de 1893, e falecido em Lisboa, a 15 de Junho de 1970, Almada Negreiros foi pintor, poeta, dramaturgo e romancista e uma das maiores e mais longevas figuras do Modernismo português.
Tendo passado parte da infância em São Tomé e Príncipe, então colónia portuguesa, veio a estudar, mais tarde, num colégio Jesuíta, em Lisboa.
Em 1913 organizou a sua primeira exposição individual com 90 desenhos, onde conheceu Fernando Pessoa e Mário de Sá Carneiro, com quem viria a colaborar na revista Orpheu. Foi esta mesma publicação, ousada para a época, que levou uma respeitada figura da intelectualidade de então, Júlio Dantas, a afirmar ser feita por "gente sem juízo". Em resposta, Almada escreveu e publicou o Manifesto Anti-Dantas, que deu brado e ficou para a história. Rezava assim: "Uma geração que consente em deixar-se representar por um Dantas é uma geração que nunca o foi. É um coio d'indigentes, d'indignos e de cegos, e só pode parir abaixo de zero! Abaixo a geração! Morra o Dantas, morra! Pim!"
Viveu em Paris durante o ano de 1917 e, depois de um regresso a Portugal, mudou-se para Espanha em 1927. Influenciado pelo Futurismo, declarou-se apoiante de Salazar e compôs diversas obras para o regime, mesmo se este, com as limitações intelectuais que o caraterizavam, basicamente desprezava a sua real importância para a cultura nacional.
Foi em 1954 que, postumamente, criou aquele que será provavelmente o mais conhecido retrato de Fernando Pessoa. E quando, em 1970, veio a falecer de paragem cardíaca no Hospital de São Luís dos Franceses, foi precisamente no mesmo hospital onde Pessoa falecera muitos anos antes. É de Pessoa que nos fala no vídeo que seguidamente vos apresentamos...
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Citações: Bob Dylan
Não acho que a mente humana consiga abarcar o passado e o futuro. Ambos são ilusões que nos levam a acreditar que a mudança existe.
Jantei com reis. Ofereceram-me asas. E nada me impressionou muito.
Nunca escrevi uma canção política. As canções não podem salvar o mundo. Já passei por tudo isso...
Raramente as pessoas fazem aquilo em que acreditam. Fazem o que lhes convém e depois arrependem-se.
Uma pessoa é bem sucedida se se levantar de manhã, for para a cama à noite e entretanto tiver feito aquilo que queria.
Toda esta conversa acerca da igualdade... A única coisa que as pessoas realmente têm em comum é que um dia todas acabam por morrer.
Se eu não fosse o Bob Dylan, provavelmente também acharia que o Bob Dylan tem muitas respostas.
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
O mistério de Carnac
Em Carnac, na região noroeste de França, mais precisamente na Bretanha, localiza-se um dos mais vastos conjuntos de megalitos do mundo. Trata-se de cerca de três mil menhires e dolmens, para além de túmulos pré-históricos, datados do período neolítico (entre 4500 e 2000 AC), provavelmente de cerca de 3300 AC na sua maioria, erigidos em linhas perfeitamente retilíneas. A tradição local indica que tal se deve ao facto de que se tratava de legiões romanas transformadas em pedra pelo mago Merlim, do ciclo Arturiano, ou, noutra versão, por São Cornélio, um Papa da Antiguidade.
Coexistem, entretanto, várias versões mais científicas que explicam a presença dos megalitos no local... A mais popular conta-nos que gerações sucessivas se dirigiram ao local com o fim de erguer megalitos em honra dos seus antepassados. Alexander Thorn, no entanto, apresentou muito à maneira do início dos anos setenta, período em que realizou as suas investigações, Carnac como uma espécie de observatório astrológico. E Pierre Méreaux, que dedicou trinta anos ao estudo do sítio arqueológico, concluiu que as pedras terão sido usadas enquanto sismógrafos primitivos.
A região, igualmente famosa desde o final da Segunda Guerra Mundial como local de veraneio, localiza-se não longe de Saint-Malo, uma ilha fortificada com origem num mosteiro fundado durante o século VI (também temporariamente porto de abrigo de piratas, flibusteiros e corsários) e famosa pelas suas marés e pelas suas ostras. Diz-se que uma caverna local abriga um unicórnio, tal como se diz que o mesmo vive nos mares que banham Carnac.
Trata-se, em todo o caso, de um local de visita impreterível para os amantes da História e ainda para todos aqueles a quem as ricas e múltiplas lendas bretãs, nomeadamente do ciclo Arturiano, fascinam.
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Feliz Natal!
O Clube de Línguas deseja um Feliz Natal nas diversas línguas da Secundária do Castêlo a toda a comunidade: órgãos diretivos, professores, funcionários, alunos e encarregados de educação incluídos. Uma mesa farta de alegria e que 2012 possa ser o início de algo bem melhor do que o cassandrismo militante augura continuadamente. Que todos tenhamos o futuro que mais desejamos e que os mercados acabem por receber as prendas que merecem.
Feliz Natal! |
Merry Christmas! |
Joyeux Noël! |
Feliz Navidad! |
Frohe Weihnachten! |
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Chove. É dia de Natal.
Pode até ser que este poema de Fernando Pessoa orthónymo (dito ortónimo) não cumpra todos os requisitos que encontrámos para a época. Sucede, no entanto, que todas as épocas são épocas de Fernando Pessoa...
Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.
E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.
Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.
Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
A Lenda do pinheiro de Natal
Haverá ainda quem se lembre de quando, no tempo do Menino Jesus (que não do Pai Natal), usávamos pinheiros atlânticos ou mesmo pinheiros mansos em casa no Natal. Ambos foram, mais recentemente, ultrapassados pelo pinheiro nórdico, natural ou artificial. Mas de onde surgiu, antes de mais, o pinheiro como símbolo natalício?
As árvores de folha perene, o pinheiro entre elas, sempre foram símbolo de renascimento na Europa. Mas não só... Os antigos egípcios usavam folhas de palmeira nas festividades do solstício de inverno, os romanos usavam árvores de folha perene nas celebrações da Saturnália, um festival de inverno em honra do deus da agricultura, e os pagãos no norte da Europa celebravam o festival do solstício de inverno de Jul, dois meses com início em novembro, pendurando ramos de pinheiro nas portas e janelas como modo de afastar espíritos malignos e demónios.
As lendas e histórias em torno do pinheiro de Natal são muitas. Reza uma que quando o cristianismo chegou ao norte da Europa, o céu enviou três vontades - a Fé, a Esperança e a Caridade - com a missão de encontrarem uma árvore tão elevada como a esperança, tão imensa como o amor, tão gentil como a caridade e uma que possuísse o sinal da cruz em cada ramo. Foi nas florestas do Norte que encontraram o pinheiro que, iluminado pela luz das estrelas, se tornou a primeira árvore de Natal.
Fala-se também num lenhador que terá auxiliado uma criança esfomeada. Na manhã seguinte, a criança, nem mais nem menos do que o próprio Menino Jesus, surgiu ao lenhador e à sua mulher, trazendo consigo um ramo de pinheiro e afirmando que seria uma árvore que daria frutos por alturas do Natal. Daí a primeira árvore de Natal, enfeitada por maçãs douradas e nozes prateadas.
Entretanto, já no século XII, pela sua forma triangular, simbólica do Pai, Filho e Espírito Santo, os europeus do Norte penduravam pinheiros dos telhados como imagem do cristianismo, na época do Natal. E há quem atribua a tradição ao próprio Martinho Lutero que, tendo admirado os pinheiros e a sua forma ao luar e sob as estrelas, levou uma árvore para casa e a adornou com velas em honra do nascimento de Cristo.
Um dos mais conhecidos temas musicais ligados ao Natal é o alemão O Tannenbaum (die tanne significa o pinheiro), com melodia de autor desconhecido e letra em primeira versão de cerca de 1550. A versão mais conhecida é, no entanto, atribuída a Ernst Anschutz e data de 1824. Aqui a temos numa versão já clássica - em alemão, claro - de Nat King Cole, com os seus inconfundíveis sotaque e suavidade.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
A verdade de La Palice 2
Na sequência lógica do post anterior, achei que seria interessante dar-vos a conhecer a canção satírica do século XVIII, interpretada por Gilles Elbaz, a qual, como referi, tanto contribuiu para a expressão "verdade de La Palice" ou, como se diz em francês, "Lapalissade". O estilo musical é próprio da época, nomeadamente não se tratando do que poderia ser tido como "música erudita" - logo, perdoem se acharem um pouco repetitiva. A letra, les paroles, acompanha-a...
Hélas ! La Palice est mort
Il est mort devant Pavie
Hélas ! S'il n'était pas mort
Il serait encore en vie (bis)
Hélas ! Qu'il eut bien grand tort
De s'en aller à Pavie !
Hélas ! s'il ne fût point mort,
Il n'eût point perdu la vie (bis)
Il était fort bien vêtu
Son habit doublé de frise
Et quand il était tout nu
Il n'avait point de chemise (bis)
Deux jours avant de mourir
Ecrivait au roi son maître
Hélas, s'il n'eût point écrit
Le roi n'eût pas lu sa lettre (bis)
Il était très bon chrétien
Et vivait dans l'abstinence
Et quand il ne disait rien
Il observait le silence (bis)
Il est mort le vendredi
Passée la fleur de son âge ...
S'il fût mort le samedi
Il eût vécu davantage (bis)
Les médecins sont d'accord
Et toute la pharmacie
Que deux jours avant sa mort
Il était encore en vie (bis)
Que deux jours avant sa mort
Il était encore en vie (bis)
Que deux jours avant sa mort
Il était encore en vie (bis)
terça-feira, 15 de novembro de 2011
A verdade de La Palice
Dizer-se que algo é uma "verdade de La Palice" para significar que algo é óbvio, como "branco é, galinha o põe", é comum. Mas quem foi La Palice e de onde surgiu tal dito?
Jacques de La Palice nasceu em La Palisse, no Auvergne (ou Arverne), em França, corria o ano de 1470. Com a idade de 15 anos entrou ao serviço do rei Charles VIII, então com a mesma idade (a noção de "criança" era, então, certamente diferente da actual) e teve a sua primeira batalha em Saint-Antoine-du-Cormier em 1488.
Comandante de exércitos, vitorioso, derrotado, seriamente ferido em batalha, negociador diplomático, prisioneiro, exilado ou semi-exilado e readmitido com todas as honras, esteve ao lado de reis como Louis XII e François I. Em fevereiro de 1525, porque "quem vai à guerra dá e leva" - verdade de La Palice, foi capturado pelos alemães da Landsknechts e executado pouco mais tarde.
No seu epitáfio pode ler-se: "Ci gît Monsieur de La Palice: si il n'était pas mort, il ferait encore envie". Ou seja: "Aqui jaz o Senhor de La Palice: se não tivesse morrido ainda causaria inveja". O certo é que esta mensagem derradeira foi, deliberada ou acidentalmente, mal traduzida para: "(...): si il n'était pas mort, il serait encore en vie", o que, traduzido dá: "(...): se não tivesse morrido ainda estaria vivo". Uma realidade óbvia. Estas palavras foram introduzidas numa canção satírica popular do século XVI, tendo-se-lbes somado outras como "deux jours avant sa mort/il était encore en vie" (dois dias antes da sua morte/ainda estava vivo) ou "et quand il était tout nu/il n'avait pas de chemise" (e quando estava inteiramente nu/não usava camisa). Com o correr dos tempos e o acrescentar de ditos satíricos baseados no epitáfio original, Bernard de la Monnoye reuniu cinquenta dos melhores exemplos e publicou-os enquanto canção burlesca, já no decurso do século XVIII.
E aí está como surgiu a frase "verdade de La Palice", mau grado o próprio e a sua vida. Agora já sabem!
terça-feira, 8 de novembro de 2011
Patti Smith, Wovoka e a Dança dos Espíritos
Patti Smith, nascida a 30 de dezembro de 1946, música, poeta e artista plástica, normalmente considerada a madrinha do punk nova-iorquino que rebentou em 1975, antes e diferentemente da jogada que o falecido Malcolm McClaren fez com os Sex Pistols no Reino Unido, é um dos nomes grandes da arte contemporânea do além-atlântico. Na música, a sua grande virtualidade poderá ser o facto de se tratar, talvez, da única mulher criadora de verdadeiro rock, despido de influências da pop omnipresente.
Tendo crescido numa família de Testemunhas de Jeová, aos 11 a 12 anos manifestava interesse no budismo tibetano, tendo-se tornado, mais tarde, agnóstica, como vemos no início da sua versão de Gloria, no álbum Horses, de 1975: "Jesus died for somebody's sins but not mine (...) my sins my own, they belong to me/You can say beware, but I don't care, the words are just rules and regulations to me".
Concluiu os estudos liceais em 1964 e foi trabalhar numa fábrica, experiência marcadamente negativa que viria a expressar no tema Piss Factory, do álbum Radio Ethiopia. Mais tarde, em 1967, saiu da universidade e mudou-se para Nova Iorque, passando seguidamente por Paris, cidade que a captou através das palavras do poeta Arthur Rimbaud, e regressando a Nova Iorque, onde viveu no famoso Chelsea Hotel, celebrizado nas palavras e na música de Leonard Cohen.
Após vários relacionamentos importantes, contraiu matrimónio com Fred "Sonic" Smith, ex-guitarrista dos MC5, tendo passado a maior parte dos anos oitenta a norte de Detroit com a família. Ao que consta, tocava ocasionalmente clarinete num bar local de jazz.
Fred Smith viria, entretanto, a falecer, vítima de um enfarte do miocárdio, dramaticamente seguido pelas mortes, pouco mais tarde, do seu irmão Todd e ainda do seu antigo parceiro na Patti Smith Band, Richard Sohl. Foi nesse clima coincidente com o décimo-quarto aniversário do seu filho, apoiada por Michael Stipe, dos REM, e por um velho amigo, o autor Allen Ginsberg, que regressou a Nova Iorque e retornou aos palcos.
Ativista a favor de causas como a ecologia, manifestante contra a guerra no Iraque, opositora da política de terra queimada praticada por Israel, erguendo a voz contra a prisão de Guantanamo e a ausência de democracia no Irão, Patti foi nomeada para a Ordre des Arts et des Lettres pelo ministério da Cultura francês, em 2005, e para o Rock'n'Roll Hall of Fame, em 2007, tendo também recebido um doutoramento honorário do Pratt Institute e o National Book Award pelo seu livro de memórias Just Kids, em 2010, e ainda, em 2011, o celebrado Polar Prize. Trabalha presentemente num romance policial, influência que lhe vem dos tempos de juventude, quando era fã de Sherlock Holmes e do autor Mickey Spillane.
Um dos seus temas mais emblemáticos, se bem que mais encantatório que rockeiro, é Ghost Dance, concebido a partir de um quase-mito da história dos Estados Unidos: o de Wovoka e da sua Ghost Dance (Dança dos Espíritos)...
O líder Paiute Wovoka (que significa lenhador) nasceu por volta de 1856 e veio a falecer a 20 de setembro de 1932. Ao que parece, o seu pai, Tavibo ou Numu-Taibo, era um chefe religioso e com prática como homem-medicina, prática essa que terá passado ao filho.
Após o falecimento do pai, em 1870, Wovoka foi adotado e criado por um casal de fazendeiros brancos do Nevada, David e Mary Wilson, com os quais o jovem, então conhecido pelo nome de Jack Wilson, aprendeu os fundamentos do cristianismo.
Entretanto, a sua compulsão mística não deixava de se manifestar, sendo que se dizia conseguir feitos como a levitação, o controlo do tempo atmosférico, a invencibilidade face às balas, o acender do seu cachimbo no próprio sol, a aparição súbita de pedaços de gelo nas mãos e ainda que, certa vez, terá feito com que um bloco de gelo caísse do céu em pleno verão, colocando fim à seca que assolava o território.
Durante o eclipse solar de 1 de janeiro de 1889, afirmou ter tido uma visão profética da desaparição de todos os colonos brancos dos territórios ocupados, acompanhada pela ascensão à terra de todos os antepassados dos índios Paiutes. Para que tal ocorresse, as nações índias deveriam levar a cabo uma dança mágica, a Ghost Dance, durante cinco dias seguidos.
A mensagem transmitida por Wovoka foi sempre de não-violência. Mas não a de todos os seus colaboradores. Daí que não deixe de ser interessante que tenha estado indiretamente na origem do massacre do exército do general Custer em Wounded Knee face aos Sioux, pelo facto de as tropas, tendo ouvido falar na Dança, desconhecendo o quanto abarcava, terem assumido uma posição preponderantemente cautelosa e defensiva.
Em todo o caso, a Ghost Dance não funcionou. Wovoka viria a falecer em Yersington, encontrando-se sepultado no cemitério Paiute de Schurz, no Nevada. Para nós, além da história, fica a versão da Ghost Dance no olhar poético de Patti Smith...
Solidariedade IPO
Porque as Línguas unem as pessoas, eis um apelo recebido do Clube de Línguas:
Solidariedade IPO
São necessários pijamas para as crianças que estão no Instituto Português de Oncologia – IPO - a fazer tratamentos de quimioterapia!
As necessidades existentes passam, sobretudo, pela falta de pijamas, pantufas, chinelos, meias, robes e fatos de treino.
Após os tratamentos, os pijamas ficam muito sujos e gastam-se rapidamente. Esta ideia surgiu há dois anos e hoje já é chamada *Movimento Pijaminha* pelo sucesso que têm tido os esforços conseguidos!
Para todos, a vida não está fácil, mas dentro das possibilidades de cada um, há sempre espaço para participar, comprando ou obtendo junto de amigos e familiares agasalhos que já não sirvam às suas crianças.
No ano passado foram entregues 76 pijamas e o IPO ficou muito satisfeito com esta dádiva.
Este ano vamos repetir a façanha e, se possível, ultrapassar este número. Se divulgarem já estão a ajudar!!!
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